segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aqueles dias no metro!!!

   Não havia voltado a andar de metro senão naquele ano! Desta vez o destino era outro mas nem o barulho ensurdecedor da "besta" a percorrer o ferro dos carris conseguiu abafar os meus pensamentos, as recordações desses quase dois meses que pareceram anos a percorrer a linha azul com saída na Avenida mas cujo destino final era bem mais distante. Enquanto o vivi em tempo real não me apercebi do condicionamento que estava a ganhar ao fazer aquele percurso diário no Metropolitano de Lisboa.

    Agora, ali novamente sentada, desta vez sozinha, regressei sem querer ao passado e revivi as conversas de circunstância, os sorrisos forçados, sobretudo nas idas, próprios de quem quer afastar e esconder os pensamentos tristes. Os azuis e vermelhos das carruagens do metro, os sons, as luzes recordaram-me aquelas viagens de angústia, apressadas para chegar ao encontro de alguém que podia já não existir à nossa chegada.

   O regresso não era mais fácil. Enquanto não havia certezas havia esperança mas quando as certezas tomaram lugar havia em cada viagem um sentimento ambíguo. Alegria, por termos tido oportunidade de ter mais um dia mas também desespero por termos que presenciar tanto sofrimento sem nada podermos fazer para ajudar aquela pessoa ainda que o desfecho fosse já conhecido.

   A última vez que fiz aquele percurso de metro não foi contudo o dia em a doença levou a melhor sobre quem eu ia visitar. Nesse dia, um Domingo, desloquei-me ao hospital de carro e ainda bem pois não sei se o condicionamento que senti agora ao fazer uma coisa tão simples como andar de metro não seria muito maior caso tivesse que suportar ainda a viagem de regresso nesse dia.

Amor Electro -A Máquina

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